9/15/2008

Só mais um dia

  Era por volta de duas e meia, o sol brilhava imponente no céu. Preso no seu próprio quarto ele suava, não suportava o calor infernal. Preciso sair de casa urgentemente, pensava ele, Melhor eu ligar para alguém. Foi quando ele se lembrou dela, pegou o celular e discou aquele número tão familiar.

  -Oi- Aquela voz doce sempre o surpreendia.
  -Ei meu amor, tudo bem?
  -Tudo, e você? Como anda?
  -Com saudades de você, que tal a gente aproveitar o sol e sair?
  -Claro, vamos onde?
  -Pensei em jogarmos uma sinuca, o que você acha?
  -Nossa eu vou adorar, passa aqui em uma hora e meia e sairmos. Ok?
  -Combinado, nos vemos daqui a pouco, beijo.
  -Beijo.

  Eles eram amigos a pouco tempo, mas ele se surpreendia cada vez mais com a falta que ela fazia em sua vida. Gostavam das mesmas coisa, passavam horas conversando. Ultimamente era sempre para ela que ele ligava quando queria simplesmente passar o tempo.

  Se arrumou lentamente, prestando atenção a cada detalhe. Sentia- se melhor quando podia se dar ao luxo de organizar cada detalhe do sua aparência.Pronto pegou o elevador e desceu até a garagem. Dirigia como se o tempo tivesse parado, respirando fundo como que para preparar-se para o que viria a seguir.

  Com o carro parado em frente a casa dela tocou a campainha. Quando ela apareceu tudo parecia um sonho. Aquele andar compassado, o modo como ela sorria. Ah aquele sorriso, o sorriso que sempre o encantou.

  Nada mais importava ele a amava e nunca a teria em seus braços.

9/07/2008

Só uma gota

Já era madrugada, havia me formado a pouco. Cai dançando com o vento, tendo por musica os trovões que enchiam de som aquela noite chuvosa. Alucinante e desvairado o vento me conduziu a uma janela aberta.

  Adentrei o comodo e me precipitei em um rosto adormecido. Eu era a gota d'água aquela que o acordou depois de tantas outras, a escolhida. Ele acordou, mas não abriu os olhos. Não me limpou de seu rosto. Simplesmente curtiu o som da chuva tamborilando nas diferentes superfícies e o rimbombar distante dos trovões.

   Ainda de olhos fechados, mas com mente aberta, uma imagem foi surgindo em seu subconsciente. A imagem de uma menina. Primeiramente sorrateira, tomando conta aos poucos de seus pensamentos e em seguida de forma avassaladora. Em poucos instantes nada mais importava, nem minhas irmãs que insistiam em tocar-lhe a face, nem os trovões barulhentos.

  Mas não uma menina qualquer. Uma menina a quem ele admirava, a quem ele desejava e a quem ele queria bem. Aquela imagem, idealizada por um amor platônico, revelava a garota. Aquela que mesmo sendo insegura, sabia muito bem o que queria. Aquela que mesmo sendo inflexível, sabia ser meiga. Aquela para quem ele entregaria seu coração sem exitar.

  Ele já não conseguia controlar, queria ela e queria agora. Impossibilitado de manter os olhos fechados decidiu sair do torpor. Abriu os olhos colocou as mãos por trás da cabeça,reparou que já começava a clarear. Ficou ali pensando nela, inquieto. Bolava planos mirabolantes para conquista-la, se imaginava ao seu lado. Mas aquilo tudo não era o suficiente para aplacar o desejo. Tomou um banho, pegou o capacete e saiu.

Autor da foto: http://www.flickr.com/photos/evaekeblad/